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quarta-feira, 6 de maio de 2015

O mito do "racismo ao contrário"


"Discriminação inversa" tornou-se o grito de guerra de todos os racistas que tentam reverter os ganhos de direitos civis conquistados pelos negros, e outras nacionalidades oprimidas, em habitação, educação, emprego e todos os aspectos da vida social. Os racistas acham que essas coisas só devem ser para os homens brancos, e que as "minorias" e as mulheres estão tomando-os dos homens brancos. Milhões de trabalhadores brancos são bombardeados todos os dias por essa propaganda racista, e que está tendo um grande impacto. Muitos brancos acreditam nessa mentira de discriminação inversa contra os brancos. Essa crença é abraçada por muitos trabalhadores brancos enganados, que consideram que a "discriminação reversa" seja, pelo menos em parte, responsável pelos problemas econômicos que muitos deles sofrem hoje. Tais crenças foram impulsionadas por Ronald Reagan em seus dois mandatos como presidente dos EUA. Reagan tentou usar esta linha de propaganda racista para precipitar uma reversão dos ganhos de direitos civis das nacionalidades oprimidas.
Quando os racistas falam do conceito de discriminação reversa, sugerem que a discriminação contra os negros e outros grupos racialmente oprimidos é uma farsa. Trocando em miúdos, afirmam sem rodeios que a aprovação da Lei de Direitos Civis em 1964 acabou com a discriminação contra os negros, latinos e outras nacionalidades, e contra as mulheres, e que, agora, a lei é discriminatória contra os brancos. Os racistas dizem que as minorias raciais e as mulheres são os novos grupos privilegiados na sociedade americana. Eles supostamente estariam tendo preferência na escolha de empregos, estágios universitários preferenciais, melhor habitação, subsídios do governo, e assim por diante, em detrimento dos trabalhadores brancos. Os racistas dizem que os programas para acabar com a discriminação não são apenas desnecessários, mas na verdade são tentativas das minorias para ganhar poder à custa dos trabalhadores brancos. Eles dizem que os negros e as mulheres não querem igualdade, mas sim a hegemonia sobre os trabalhadores brancos.

Um movimento anarquista anti-racista deve se contrapor a tal propaganda e expô-la como uma arma da classe dominante. A Lei dos Direitos Civis não causou a inflação pelo gastos "excessivos" com bem-estar, habitação, ou outros serviços sociais. Além disso, os negros não estão discriminando os brancos: os brancos não estão sendo levados para guetos; nem removidos ou proibidos de entrar em determinadas profissões; privados de educação decente; forçados à desnutrição e à morte precoce; vítimas de violência racial e repressão policial, forçados a sofrer níveis desproporcionais de desemprego e outras formas de opressão racial. Mas, para os negros, a opressão começa com o nascimento e a infância. A taxa de mortalidade infantil é quase três vezes maior do que os brancos, e a mortalidade continua por toda a vida. O fato é que a "discriminação reversa" é uma farsa. Discriminação contra os negros não é uma coisa do passado. É sistemática, difundida por toda a realidade de hoje!
 
Malcolm X apontou, nos anos 1960, que nenhum estatuto de direitos civis dará às pessoas negras a sua liberdade, e perguntou se os africanos na América eram realmente cidadãos, para que fossem necessários os direitos civis. Malcolm X observou que a luta pelos direitos civis tinha sido travada com grande sacrifício e, portanto, eles devem ser aplicados mas, se o governo não cumprir as leis, então as pessoas terão de fazê-lo, e o movimento vai ter que pressionar as autoridades governamentais para proteger os direitos democráticos. Para unir as massas do povo em um movimento antirracista da classe trabalhadora, as seguintes exigências práticas, que são uma combinação de medidas revolucionárias e reformistas radicais, para garantir os direitos democráticos, são necessárias:
 
1. solidariedade entre os trabalhadores negros e brancos. Luta contra o racismo no trabalho e na sociedade.
 
2. plenos direitos democráticos e humanos para todos os povos não-brancos. Que os sindicatos combatam o racismo e a discriminação.
 
3. autodefesa armada contra ataques racistas. Construir movimentos de massas contra o racismo e o fascismo. 

4. controle comunitário da polícia, a substituição dos policiais por uma força de defesa da comunidade eleita pelos moradores. Fim da brutalidade policial. Punição de todos os policiais assassinos.
 
5. dinheiro para a reconstrução das cidades. Criação de brigadas de obras públicas para reconstruir as áreas urbanas, formadas pelos moradores da comunidade.
 
6. pleno emprego socialmente útil, com direitos trabalhistas para todos os trabalhadores. Acabar com a discriminação racial no emprego, formação e promoção. Ações afirmativas: programas de ação para reverter as práticas de emprego racistas do passado.
07. banir a Ku Klux Klan, os nazistas e outras organizações fascistas. Punição a todos os racistas por ataques a pessoas não-brancas.
 
8. livre acesso grátis a todas as instituições de ensino para todos aqueles com a qualificação necessária. Contra a exclusão racial no ensino superior.
 
9. fim dos impostos sobre trabalhadores e pobres. Tributar os ricos e as grandes corporações.
 
10. sistema de saúde para todas as pessoas e comunidades, sem distinção de raça e de classe.
 
11. liberdade para todos os presos políticos e vítimas inocentes da injustiça racial. Abolir as prisões. Luta contra a disparidade econômica.

12 controle democrático dos sindicatos pela base, através da construção de um movimento sindical anarcossindicalista. Que os sindicatos atuem nas questões sociais.

13 Parar o assédio racista e a discriminação dos trabalhadores em situação irregular. 

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