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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Raça e Classe: o caráter combinado da opressão dos negros


Devido à forma como esta nação se desenvolveu, com a exploração do trabalho africano e a manutenção de uma colônia interna, os negros e outros povos não-brancos são oprimidos tanto como membros da classe trabalhadora, como pela nacionalidade racial. Como africanos na América, eles são um povo distinto, perseguido e segregado na sociedade norte-americana. Ao lutar por seus direitos humanos e civis, acabam entrando em confronto com todo o sistema capitalista, não apenas racistas ou regiões específicas do país. A verdade logo se torna evidente: os negros não podem obter a sua liberdade dentro deste sistema porque, com base na concorrência historicamente desigual, a exploração capitalista é inerentemente racista.

Neste momento, o movimento pode ir na direção da mudança social revolucionária, ou limitar-se a ganhar reformas e direitos democráticos dentro da estrutura do capitalismo. Existe potencial para os dois. Na verdade, a fraqueza do movimento dos direitos civis nos anos 1960 foi que ele se aliou com os liberais do Partido Democrata, e lutou pela legislação de proteção dos direitos civis, em vez de apontar para a revolução social. Esta autopoliciamento dos líderes do movimento é uma lição abjeta sobre por que o novo movimento tem que ser autoativado e não depender de personalidades e políticos.

Mas se esse movimento se tornar um movimento social revolucionário, ele deve finalmente unir forças com movimentos semelhantes, como os de gays, mulheres, trabalhadores radicalizados e outros que estejam em revolta contra o sistema. Por exemplo, na década de 1960, o movimento de libertação negra funcionou como um catalisador para difundir idéias e imagens revolucionárias, que gerou os vários movimentos de oposição que vemos hoje. Isto é o que nós acreditamos que vai acontecer de novo, embora não seja o suficiente chamar por uma "unidade" estúpida como boa parte da esquerda branca faz.

Por causa das formas de opressão duais dos trabalhadores não-brancos e da profundidade do desespero social que elas criam, os trabalhadores negros irão atacar primeiro, estejam os seus potenciais aliados disponíveis ou não. Isso é  autodeterminação, e é por isso que é necessário que os trabalhadores oprimidos construiam movimentos independentes para unir os seus próprios povos em primeiro lugar. É por isso que é absolutamente necessário que os trabalhadores brancos defendam os direitos e conquistas democráticas dos trabalhadores não-brancos. Esta autoatividade das massas oprimidas (como o movimento de libertação negra) é intrinsecamente revolucionária, e é uma parte essencial do processo social revolucionário de toda a classe trabalhadora. Estas são questões que não são marginais; elas não podem ser rebaixadas ou ignoradas pelos trabalhadores brancos, se quiserem uma vitória revolucionária. Tem de ser reconhecido como um princípio cardeal por todos, que os povos oprimidos têm o direito à autodeterminação, incluindo o direito de dirigir suas próprias organizações e lutas de libertação. As vítimas de racismo sabem melhor como lutar contra ele.

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